31 de jul. de 2002

C E N S U R A II

Honestamente, nós só nos damos conta de situações de censura ou coação quando as sofremos. De resto, costuma se pensar que é gritaria demasiada de alguém.

Trabalhava numa revista de artes marciais, Tatame, e frenquentemente havia alguns arruaceiros que provacavam brigas em bares, boates e afins. A revista nunca se calou perante este problema,muito pelo contrário, enxergava naquele esporte uma função ecônomica e social (há alguns lutadores que tiram dinheiro do bolso para dar aula em comunidades carentes). Fazía-se reportagens isentas tanto que o slogan publicitário era "Aqui você sabe que não tem rabo preso".

Pois bem, Sr Ryan Graice havia sido preso e isto foi noticiado. No dia de distribuição da revista que coincidia com a abertura do campeonato nacional o nosso editor foi agredido perante uma multidão que nada fez. O agressor saiu ileso, sozinho, pela porta principal. O editor, Marcelo Alonso, tentou ir atrás, mas seu caminho foi barrado por uma turma do deixa-disso, turma essa do Ryan.

Foi à delegacia, mas nada aconteceu. Não havia nome, ninguém conhecia o agressor. O gracie continua sua vida, assim como o editor. A revista continua íntegra em suas posições políticas.

Agora o fato foi noticiado para a mídia tradicional que nada fez. Sabe porquê? Porque não valia a pena comprar briga com os gracies que são amigos de várias personalidades famosas e poderosas. Todos se calaram porque afinal é jiu-jitsu. Só que é este o problema. Não faz a mínima questão se é política, economia, esporte, o quê realmente conta é a liberdade.

Invariavelmente nós só nos damos conta quando é conosco.

Nenhum comentário: