29 de jul. de 2004

BR-163 ou Transamazônica

BR-163 ou Transamazônica
Transamazonica


"Os Estados Unidos e a Europa derrubaram a maioria de suas florestas nos últimos séculos. Quem são eles para dizer à Indonésia, ao Brasil e ao Congo para fazer o contrário?" indaga o editorial do The Economist.

"Mas o desflorestamento que é ideal para o Brasil provavelmente será maior que aquele que serviria para a humanidade como um todo. Assim, faz sentido encontrar maneiras de tornar a manutenção da floresta tão recompensadora ao Brasil quanto ao mundo."

"Quando os cálculos forem feitos, o mundo deve pagar a sua parte da conta".
Aqui está a matéria
OMBUDSMAN - longa travessia
por Marcelo Beraba - ombudsman* da Folha desde 5 de abril de 2004

Na semana em que todos os jornais noticiaram com destaque os resultados das pesquisas que mostram queda do desemprego, recuperação da renda e forte otimismo dos empresários com os rumos da economia brasileira, a Empresa Folha da Manhã, que edita a Folha, fez o caminho inverso e executou o corte mais forte de funcionários desde que entrou em crise, há mais de dois anos, por conta da explosão de uma dívida de R$ 290 milhões. A Folha não noticiou suas próprias demissões. Não é o primeiro corte que o jornal faz nem a única empresa de comunicação a fazê-lo. Mas esse "ajuste", para usar o termo caro às consultorias, tem características próprias que devem ser analisadas.

Antes, os números e informações de que disponho, sem confirmação oficial. Foram demitidos da empresa, ao longo da semana, cerca de 200 dos quase 1.300 funcionários, o que representa um corte de 18% das despesas com pessoal. Nas Redações da Folha, da Revista da Folha, do Folha Online, da Agência Folha, dos cadernos regionais, do Banco de Dados e do "Agora" foram 85 pessoas, sendo que 60 jornalistas. Na Redação da Folha, principal título da empresa, foram demitidos 35 jornalistas e alguns colunistas foram terceirizados. Nem todas as vagas serão fechadas: deverão ser contratados 13 novos profissionais, mas com salários muito mais baixos. Diferentemente de outros cortes, esse atingiu a elite do jornal. Foram demitidos cinco editores, um fato inédito na história da Folha se consideramos apenas cortes por razões financeiras. Entre os demitidos (agora ou no futuro próximo), estão vários jornalistas com mais de 20 anos de profissão e com especializações em áreas complexas, como ciências, saúde e economia. Os cortes extinguiram um produto, o caderno regional de Campinas, e, internamente, atingiram o Programa de Qualidade, um dos pilares, junto com o Programa de Treinamento, do esforço planejado de melhoria do jornal.

O Programa de Qualidade, implantado em 1996, era responsável pelo controle diário de erros gramaticais, de padronização e de digitação. Todos os seus funcionários foram demitidos ou transferidos, e o controle passará a ser feito de forma seletiva. O impacto das medidas é maior porque incide sobre outros cortes de despesas, pessoal e produtos feitos desde o início de 2002. "O leitor deve ficar atento, cobrando qualidade e equilíbrio".

E por que mais esses cortes, depois de tantos outros e no momento em que a economia brasileira parece sair da estagnação? A Folha não respondeu. Recebi do diretor de Redação, Otavio Frias Filho, por escrito, a seguinte declaração: "Lamentamos a perda de profissionais valiosos, muitos deles com longo histórico de dedicação ao jornal. Foram medidas duras, mas necessárias para assegurar ao jornal condições de vencer mais rapidamente essa conjuntura adversa -e de fazê-lo sem riscos para a independência editorial".

Há duas hipóteses possíveis para os cortes. A primeira, um forte ajuste interno para preparar a empresa para a entrada de um sócio estrangeiro, como acaba de ocorrer com o grupo Abril, que vendeu 13,8% de ações para fundos de investimento norte-americanos. A outra hipótese é, na verdade, a razão apresentada extra-oficialmente pela direção do jornal nas conversas com alguns demitidos e com os editores que sobraram. A empresa teria tomado essas medidas para apressar a liquidação da dívida do jornal. É importante a distinção: a dívida do grupo é de R$ 290 milhões, segundo reportagem publicada pela própria Folha em 15 de fevereiro. Mas a dívida do jornal é menor, e seria de R$ 160 milhões. O que se ouve é que a rentabilidade do jornal é alta (17%), os juros (20% da dívida ao ano) estão sendo pagos, mas o ritmo de abatimento da dívida é lento e ameaçador. O que a empresa pretende, portanto, com esses cortes, pelo que foi possível captar em diversas áreas do jornal, é melhorar seu resultado financeiro, se possível ainda neste ano, e encurtar o período chamado internamente de "travessia do deserto".

As demissões ocorreram depois de dois meses de trabalho da empresa de consultoria Integration, que tem escritórios em São Paulo e no Rio. Antes, o jornal tentou vender ativos, sem sucesso, e passou pela experiência da negociação, frustada até agora, com o BNDES. "O Estado", seu principal concorrente na praça de São Paulo, e a Abril também contrataram consultorias, mas fizeram seus ajustes em períodos mais longos, não de forma tão abrupta como faz agora a Folha. Depois dos cortes e mudanças que introduziu no ano passado, o "Estado" teve um resultado financeiro bem superior ao da Folha.

O futuro? O que vai acontecer com a Folha? Terá de continuar a produzir o jornal que promete -informativo, crítico, pluralista, apartidário, moderno, imprescindível- com menos gente e reduzido espaço editorial. O produto que tem sido feito já é irregular. O achatamento salarial que virá e a perda de jornalistas especializados e experientes terá conseqüências. O leitor deve ficar atento, cobrando qualidade e equilíbrio. Há um outro aspecto negativo nesse episódio, que é o silêncio do jornal. Por que não noticiou suas próprias demissões? O jornal, que tem a obrigação de cobrir as crises dos governos, das empresas públicas e das empresas privadas, optou por não soltar nenhum comunicado oficial, e isso é um erro. A sociedade reivindica, cada vez mais e com razão, transparência por parte dos meios de comunicação. A saúde financeira dos jornais interessa aos seus leitores porque está em jogo a independência e a credibilidade desses veículos que eles escolheram para comprar, se informar e interagir.

*O ombudsman tem mandato de um ano, renovável por mais dois. Não pode ser demitido durante o exercício da função e tem estabilidade por seis meses após deixá-la. Suas atribuições são criticar o jornal sob a perspectiva dos leitores, recebendo e verificando suas reclamações, e comentar, aos domingos, o noticiário dos meios de comunicação.

13 de jul. de 2004

Eleições- desenho de quino

Eleições...

8 de jul. de 2004

Che Guevara

Che

Che fala sobre a situação em Congo em 1965, onde pára-quedistas franceses atacaram Stanleyville, para derrubar o presidente socialista Lumumba e sobre a crueldade do imperialismo
[1.0 MB - 1:35 minuto]


"Tomaron por asalto la ciudad de Stanleyville, masacraron una cantidad grande de ciudadanos y, como acto último, después de haberlos ultimado bajo la estatua del prócer Lumumba, volaron la estatua del ex-presidente del Congo. Eso nos indica a nosotros dos cosas. Primero, la bestialidad imperialista... bestialidad que no tiene una frontera determinada ni pertenece a un país determinado. Bestias fueron las hordas hitleristas, como bestias son los norteamericanos hoy, como bestias son los paracaidistas belgas, como bestias fueron los imperialistas franceses en Argelia. Porque es la naturaleza del imperialismo la que bestializa a os hombres, la que los convierte en fieras sedientas de sangre que están dispuestas a degollar, asesinar, a destruir hasta la última imagen de un revolucionario, de un partidario de un régimen que haya caído bajo su bota o que luche por su libertad."

Clique aqui para escutar

Tradução do texto? Clique aqui

Fonte: http://www.comunismo.com.br/

2 de jul. de 2004

Well, well

Será que muda?

Em recente pesquisa, o Wall Street Journal/NBC constatou que a maioria dos americanos acredita que a guerra contra o Iraque só fez aumentar o perigo de um ataque terrorista nos EUA e no mundo. 47% acredita que piorou, 13% que melhorou e 38% acredita que não faz diferença. Bob Herbert pega fundo neste artigo sobre a guerra e suas consequências aos cidadãos estadunidenses. Ah, não sabes quem é Bob Herbert? Clique aqui então.

No artigo do Paul Krugman podemos ter uma idéia do que muda no cenário dos EUA: o filme de Michael Moore. Aquele documentário 'Fahrenheit 9/11', onde o cineasta amealhou o Cannes e estoura as bilheterias dos Estados Unidos, contando ao operários, proletários, os do andar de baixo da sociedade, a conta que estão pagando pela política insana de Bush e seus falcões. Completa Krugman, o filme é tendencioso, mas essencialmente conta a verdade de líderes que exploram a tragédia nacional para proveitos políticos próprios e os americanos comuns é que pagam o pato. Ah, também não sabes quem é Paul Krugman? Clique aqui, então
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Agora, esta história de líderes que exploram a tragédia nacional para proveitos políticos próprios e os comuns é que pagam o pato, parece comum, não é?