29 de out. de 2003

Quando vai parar?

Há anos que a história se repete naquele pequeno pedaço de terra banhado pelo Mediterrâneo. Este pôster deve ter pelo menos uns 20 anos e vemos que nada mudou.

Se quiser, clique neste link para ver outros desenhos sobre a libertação da Palestina. Mais posters revolucionários sobre outros eventos, clique aqui.


















28 de out. de 2003

Nunca é tarde para lembrar

Ralouíin é a porca mãe lazarenta de um ser ignóbil, rastejante de um mundo enfermo, perdido e abandonado nas vísceras de um louco pai.


Ou então é anglo-saxão e deve comemorar esta data festiva para seus pares. Mas no Brasil, Ralouíin é a porca mãe...

27 de out. de 2003

O craque Pan-americano

Para relaxar, vou narrar a coluna de hoje do Renato Prado, que está muito engraçada. Ele cita um encontro ocorrido entre os ex-atacantes, hoje comentaristas, Casagrande e Careca, num restaurante em SP.

Estava o assunto a girar sobre a possibilidade dos exames realizados em Don Dieguito Maradona terem sido sempre adulterados na Itália quando jogava pelo Nápoles. Ambos concordaram ser bobagem, mas Careca (padrinho de uma das filhas do craque argentino) resolveu entrar de sola no assunto e emendou:

"O sangue dele é argentino, mas o coração é brasileiro"

Nisso Casão, mal deixando a bola tocar no chão, desferiu o torpedo:

"Sangue argentino, coração brasileiro...e nariz boliviano. Maradona é o verdadeiro craque pan-americano."

21 de out. de 2003

O mundo árabe acuado

Ao atacar o Iraque sem o aval da ONU e sem o acordo da maioria dos países árabes da região, os EUA colocaram os últimos diante de uma situação de fato. Agora, irão encontrar obstáculos muito grandes e nem se pode excluir a hipótese de um desastre.

Um texto de Hicham Ben Abdallah El Alaoui, fundador do Instituto Transregional da Universidade de Princeton, Estados Unidos. Participou de várias missões internacionais de paz, principalmente no Kosovo, com a ONU. Por outro lado, o autor é primo-irmão do rei Mohammed VI do Marrocos e, há dois anos, mora nos Estados Unidos. Este artigo inspirou-se em conferência realizada no dia 29 de setembro de 2003, na Business School (Faculdade de Administração) da Universidade de Harvard (Estados Unidos).

Link do artigo
Revolução agrária

Menos de dois anos após a promulgação da Lei das Terras, o governo distribuiu mais de um milhão de hectares de terras improdutivas entre camponeses pobres. Mas os latifundiários reagem: grupos de jagunços, armados, aterrorizam a população.

Você acha que o texto acima pertence ao Brasil? Se penso que sim, saiba que estás enganado. A bem da verdade que poderia se referir a qualquer país terceiro mundista (ou quarto, como preferem outros).

Se dizem que a colonização não teve nada a ver com tudo isto, retruco. Bobagem não crer na História como roteirista da Humanidade. Ainda hoje, na Venezuela coroa britânica é proprietária de latifúndios! “O governo exigiu que apresentassem seus títulos de propriedade. Nunca o fizeram. Na verdade, são terras do Estado”.

Hugo Chávez - oh! O maluco de quepe vermelho - pratica uma verdadeira revolução agrária bolivariana. E muito poderíamos perceber o quê falta à nós. A corrupção que existe em nosso campo percorre todo o tecido de ação, se comporta como um parasita. Atua em todos os poderes, quatro ao todo, se bem que o diretor do LMD julga serem cinco agora.

Me lembro da década de 80, eu era moleque, tinha um poster da reforma agrária pendurado na minha parte do quarto, éramos três irmãos. Foto de família camponesa brasileira subindo um roçado, em plano aberto e PB. Creio que achei nas coisas dos velhos. Não tenho certeza.

Tem um ditado - Se o seu cavalo morre, você não vai descer e empurrá-lo. Você arruma outro. - que poderia ser usado no caso da reforma agrária brasileira. Refaz a estrutura do zero. Tem certas horas em que o radicalismo é necessário. O que sei é que só uma vez houve ruptura na elite brasileira e se faz agora com a inclusão do PT à presidência da República Brasileira e não será dado chance ao erro.

Mas o grande lance foi que Lula elevou a auto estima de todos os povos latino-americanos, promoveu a queda do Consenso de Washington com a realização do Consenso de Buenos Aires. Os índios bolivianos viviam sob um apartheid que tinha a benção norte-americana. Até os argentinos se quedaran para a esquerda, inclusive com um discurso mais radical.

Links Relacionados

Revolução agrária bolivariana, de Maurice Lemoine

o quinto poder, de Ignacio Ramonet

Le Monde Diplomatique - Brasil

19 de out. de 2003

A Voz da Jihad

Surgiu na Arábia Saudita mais um veículo de apoio à Al-quaida intitulado 'A voz da Jihad' onde proclama todos os muçulmanos a derramarem o sangue dos infiéis. Curiosamente eles chamam o sangue norte-americano de sangue de cachorro, porque será?! E já tem até um website.

Diferentemente das tradicionais revistas onlines que conhecemos, nesta dão opção de fazer o download em .DOC ou .PDF da revista. O único porém é que vem escrita em árabe. Mas, mesmo não sabendo ler nessa língua, creio que dá para notar sobre o que eles falam. O interessante é perceber a forma como eles datam (ano/mes/dia) e da barra de rolagem ser à esquerda.

Somos tão babacas (ocidentais) que esquecemos que existe toda uma outra gama de civilizações tão ou mais importantes do que a nossa. Mas ficamos confinados à história que nos é contada e ensinada, uma história de um único deus, um único vencedor e um único caminho a ser seguido.

link para a revista 'A voz da Jihad'

link para uma tradução desta revista

15 de out. de 2003

Escutem o homem!!

Eu sei que o momento é difícil, as contas estão apertadas e tudo mais. Mas, se o ex-diretor do Banco Mundial fala para endurecer com o FMI, então tá.

Algumas pérolas:
"Nós aprendemos a lição errada: de que todas as regulamentações eram más – e que por isso todas elas deveriam ir para o lixo."
"Mas se o FMI insistir em metas fiscais e superávits primários excessivamente altos, que inviabilizem a recuperação econômica brasileira, acho que o Brasil não deve assinar."

mais entrevista aqui

13 de out. de 2003

Quanto custa a diferença?

Creio ter sido ontem que foi publicada a foto do palestino enfrentando um tanque israelense com pedras. O difícil é tentar compreender o porquê da reação ser diferente quando se trata de países, digamos, pouco alinhados à pax americana. Todos lembram do chinês a enfrentar a fila de tanques na Praça Celestial em Pequim. Aquilo foi fotografado, filmado e veiculado à todo o mundo. Agora, um palestino tentar impedir um tanque israelense de andar, como fez o chinês, seria aniquilado, como muitos já foram, na mesma hora.

Mas, isso ninguém gosta nem de comparar...nem de falar.
Chocolate com Pimenta

Quem me conhece bem sabe que sou tricolor à la Nélson Rodrigues, capaz de sair no almoço dos dias dos pais para assistir à um clássico no Maraca.

Mas o que me traz aqui para falar sobre futebol é me recordar a última vez em que levei o meu filho para o 'maior do mundo'. Havia ponderado sobre a realidade tricolor e chegado a conclusão de que aquela era a hora propícia, enfrentando um time que freqüentava as últimas colocações não teria como sair do estádio sem uma vitória.

O jogo em questão? Fluminense X Goiás.
O resultado? 4 a 2 para o time visitante.

Dimba saiu desse jogo com três gols anotados e despontando como artilheiro. O goiás iniciou uma escalada rumo à colocações mais prazerosas na tabela de classificação. E o Fluminense? Bem, este continuou suas peripécias, parecendo seduzido a encontrar o 'segredo do abismo'.

Ontem não podia ser pior. Tomou um chocolate com pimenta, indigesto, que desceu queimando a goela tricolor e suas consequências ainda não foram totalmente assimiladas. Mas o meu filho continua tricolor. Teve um fato inusitado no jogo do Maracanã em que levei o guri, ele saiu comemorando os tantos gols que viu, afinal a camisa do Goiás era verde, uma das cores do time do seu coração.

Eu nada falei.
A ONU no Iraque
Flavio Hemold Macieira
Por sua personalidade e trajetória de funcionário internacional corajoso, carismático e realizador, Sérgio Vieira de Mello tinha assumido perante a sociedade brasileira, após seu trágico desaparecimento, a dimensão de figura histórica e modelo de conduta ética. A grandeza do personagem, entretanto, e o luto cumprido por seu desaparecimento não devem inibir a análise do quadro de circunstâncias que o levou ao Iraque. Neste momento, um dilema conceitual desafia a ONU: como preservar sua base de legitimação democrática e, por outro lado, alcançar uma nova capacidade operacional?

Conhecemos todos as imperfeições da ONU, que está longe de funcionar como verdadeira democracia mundial. Na prática, nem é democrática, já que privilegia um organismo de poder baseado em situações de fato (o Conselho de Segurança) sobre o organismo de representação universal (a Assembléia Geral), nem exerce de fato o poder supremo mundial, já que nunca esteve em condições de disciplinar a atuação das grandes potências. Mesmo sua capacidade de intervenção em crises de alcance regional apresenta limitações dramáticas, como o demonstraram os massacres de Ruanda ou de Srebrenica. Esses fatores têm dificultado historicamente o cumprimento de seus objetivos básicos. Não impedem, contudo, que continue a ser a expressão máxima do contrato ou “seguro coletivo” da comunidade internacional contra a barbárie.

Encontra-se a ONU numa encruzilhada. Atropelada pelo unilateralismo e reduzida, nos últimos tempos, a um papel legitimador de intervenções iniciadas e conduzidas por seus membros mais poderosos, corre o risco de seguir o destino da Liga das Nações e caducar. O fato de estar sendo chamada, no Iraque, uma vez mais, a dar seguimento a uma ação unilateralmente iniciada renova-lhe, no plano jurídico-conceitual, o dilema de legitimidade. No cenário de ação, identificada com os ocupantes, a organização passa a atrair o ódio dos grupos afastados do poder, e das demais facções nacionalistas. Essa é a engrenagem trágica que vitimou Sérgio Vieira de Mello.

A tragédia é rica em lições. A luta contra o terrorismo não é tarefa a ser conduzida isoladamente. Assim o comprova a intervenção no Iraque: decidida e iniciada por um ator poderoso e seus aliados imediatos, conduziu rapidamente a um cenário de impasse e violência crônica.

A decisão americana de solicitar às Nações Unidas que assumam papel de destaque na reconstrução iraquiana abre chance de correção de erros e desvios da intervenção. Contudo, a presença da ONU no contexto somente poderá ser considerada legítima se atender a certos requisitos essenciais: deve ser abonada por decisão internacional; deve prever a garantia de que a Organização não será descartada do comando dos esforços de paz após obter sucesso na estabilização do país; deve implicar o pressuposto de que assumirá a liderança e o planejamento do processo pacificador. E, ainda que essas condições sejam bem atendidas, o risco da missão não decresce.

A presença da ONU sucede a uma ação intrusiva unilateral conduzida sem economia de violência e desenvolve-se sobre campos de batalha ainda fumegantes e ensangüentados. Os cenários naturais em que ocorre apresentam características extremas (altas temperaturas, desertos, tempestades de areia), o que agrava a ausência de serviços públicos vitais. No plano político, as condicionantes não são mais favoráveis: a intervenção é realizada em país de longa tradição de violência, desperta sérias desconfianças regionais, e desenrola-se em ambiente de crescente tensão entre grupos étnicos e religiosos.

A quebra do impasse político requer a exploração, sem preconceito, de hipóteses de manobra e negociação não contempladas, até aqui, pelos planejadores. Pareceria recomendável, em primeiro lugar, abrir diálogo com as correntes moderadas do baathismo, e até com personalidades do antigo regime (várias delas sob custódia americana), para negociar um entendimento geral com o ex-partido único envolvendo deposição de armas e integração ao jogo democrático.

Em segundo lugar, pareceria urgente buscar-se o envolvimento da Liga Árabe nos esforços de pacificação. Recorde-se que, em processos de paz conduzidos pela ONU, atores com algum tipo de afinidade — histórica, étnica ou cultural — com o cenário a ser pacificado são, com freqüência, convocados a participar das negociações e execução da ação pacificadora. Um bom exemplo foi a atuação competente e valorosa de contingentes brasileiros na pacificação de Angola e Moçambique.

Manter os países árabes afastados das manobras que visam a redesenhar politicamente uma área central do mundo árabe implica impor-lhes humilhação grave e alimentar-lhes a desconfiança em relação a todo o processo de intervenção e seus condutores. Países como Egito, Síria ou Jordânia poderiam exibir, como credencial de atuação, um passado de afinidade fraternal com o Iraque (ainda que pontilhado, freqüentemente, de divergências com o regime baathista). Trariam, ao processo de paz, precioso aporte operacional, tanto pela facilidade de comunicação em língua árabe, como pelo conhecimento e compreensão dos costumes da sociedade iraquiana.

Em terceiro lugar, é preciso garantir, sob pena de comprometimento definitivo da moralidade da intervenção, que o controle do petróleo iraquiano seja mantido em mãos iraquianas — evitando-se a regressão a situações de uma era colonial que se julgava definitivamente encerrada.

Os próprios Estados Unidos parecem, a esta altura, convencidos de que a tentativa de substituírem-se às Nações Unidas, como juízes e administradores das crises internacionais, tende a gerar resultados incertos e incompletos, enormes cargas humanas e orçamentárias, e tremendo desgaste de imagem. Os percalços da ocupação, os sacrifícios de personalidades de valor e os episódios dramáticos que diariamente enlutam a população local e a coalizão ocupante devem servir de alerta e desencadear uma reflexão sobre a forma de prevenir futuros desastres, aumentar a eficiência da ONU como instituição e estrutura administrativa e aperfeiçoar os mecanismos onusianos de representação democrática.

Como bem o compreendia Sérgio Vieira de Mello, a atuação da ONU no quadro caótico de um Iraque sob intervenção constitui teste de importância fundamental para seu futuro. Um teste que a Organização está obrigada a superar com êxito, sob pena de esvaziamento operacional, perda de sentido de universalidade e de capacitação para intervir em cenários de crise. É o patrimônio político e democrático da sociedade internacional que está em jogo, pois a alternativa à atuação da ONU é a perigosa instalação de um vazio de direito — terreno propício a que prospere o empirismo voluntarista e temerário, de resultados incertos, incapaz de garantir a paz e a estabilidade do sistema internacional.


FLAVIO HEMOLD MACIEIRA é diplomata.

7 de out. de 2003

Será que estou errado?

Analisando estes últimos meses posso perceber a grande diferença do tratamento com o atual governo e seu partido com o governo passado.

Na época de FH havia aquela aura de proteção, uma blindagem muito bem arquitetada, que permitia às críticas acontecerem, mas os seus aspectos negativos (queda de popularidade) não resvalavam diretamente sobre o presidente ou sobre o PSDB. O jogo sujo era direcionado aos aliados, tendo o Toninho Malvadeza, seu filho falecido e outros pilares da direita e centro-direita tupiniquim.

Hoje a porrada é toda em cima do PT. Insistem em vender o peixe de que o PT mudou, de que agora que está no poder procura manter a política econômica do governo passado cujo combate sempre promoveu. De dizer que o governo atual pratica o fisiologismo, de que se alia com velhos inimigos. E, ao mesmo tempo, começam a pipocar notícias (Beting e Míriam Leitão, 05/10/03) de que o real foi a reengenharia necessária para o expurgo da inflação e da construção de uma sólida base para o desenvolvimento do Brasil.

É verdade que hoje, 2003, o Brasil exportou em todas áreas (primários, secundários e terciários) e em todas com louvor. Mas creditar isso à octatéride efeagaciana é ilusório e mentiroso. O ano de 2002 foi um desastre que só não foi pior porque o Lula se elegeu e 2003 deve a melhora ao novo presidente. O Plano Real conseguiu conter a inflação, mas ela havia voltado. Assim como no Plano Cruzado foi o Real, bom no início, mas devido ao propósito eleitoreiro a tendência ao fracasso viria com o tempo.

Mas as eleições municipais se avizinham e chumbo grosso va vir por aí. E como sempre a nossa mídia não ficará em cima do muro.

3 de out. de 2003

Brasília Horroriz Show

Ao que parece a justiça eleitoral brasileira poderá promover uma mudança radical de estilo ao anular a eleição distrital de nossa capital federal e cassar o Roriz. O PMDB (partido do nefando Governador) inclusive já está procurando um novo candidato para enfrentar o concorrente petista que, ao que tudo indica, será o Ministro Frito Cristovam Buarque e não mais o Magela (graças a deus).