30 de set. de 2002

De novo?

Pois bem, EUA mudará embaixada americana de Tel Alviv para Jerusalém.
Mais uma Berlim será erguida, só que agora a polaridade mundial será entre pobres e ricos.

Fico com os pobres
Senatorium

Sinceramente, eu desejo que Brizola e Artur da Távola morram.

O primeiro por todas as destempéries que acometou-o nos últimos dez anos e o segundo porque já está na hora.

Brizola é o típico caso de quem esqueceu de morrer e o Ártur da Távola, que se julga tão digno, nunca explicou o afastamento dele do PSDB. Disse que não falaria, mas sendo homem público deveria ter se manifestado.

Bem feito para os dois. Morram.

Vou votar no Édson Santo e Gusmão.

PS: para mim Brizola tenta ganhar os votos dos petistas para se eleger Senador com esse discurso de ajudar o Lula a liquidar a fatura no 1º turno.
E agora, Bené?

Se for verdade que os traficantes deram a ordem do fechamento do comércio porque o Beira-Mar está sem regalias é que, impreterivelmente, este sujeito continue sem regalias e a sociedade deveria sair em peso para manifestar seu qpoio às autoridades competentes. E os veículos de comunicação deveriam ser os primeiros a tomar a decisão de desnudar o processo de boataria e mexer com o brio da sociedade a proteger o estado dos ataques do narcotráfico.

Se for verdade será uma vitória do governo do Rio que pressiona o poder paralelo, que tenta verdadeiramente sufocá-lo de uma vez por toda. Bem diferente dos outros governos que conversavam com eles. Com crime não pode ter conversa.
Como fazer Terror

Os episódios de hoje no Rio me remeteram à década de 80. Eram novos ares que se respiravam, Sarney era presidente e Godard havia filmado 'Je vous salue Marie'. Dona Marli, primeira-dama, exortou o filme como uma peça a ser proibida de exibição pública. Havíamos saído a pouco de uma censura mais ampla e parte da sociedade foi contra o veto. O então reitor da UFRJ, Horácio, manisfestou-se a favor do filme e telefonemas ameaçadores foram disparados contra a faculdade e suas instalações.

Não preciso relatar que setores de direita já haviam provocados atentados terroristas em nosso território e provocariam depois (CSN em 89), mas que alunos do Cap - UFRJ descobriram um jeito de melindrar as aulas: provocando telefonemas bombas. Eu mesmo paralisei quase uma semana de aula e o procedimento era bem simples: ligar e avisar que tinha bomba naquele antro de esquerdistas despudorados. E pronto, sem aula naquele dia.

Não sei de onde partiu o boato para o quê aconteceu hoje no Rio. Não presenciei nenhum bonde do tráfico e não ouvi explosões. Conversando com um amigo, me foi relatado que não saíria à rua pois fora à Botafogo e a polícia estava por todas as partes armada como se procurasse por algo.

Em alguns governo a polícia na rua significa proteção e em outros fraqueza do estado, coisas da alma humana. Voltemos ao assunto. O episódio hoje do tráfico também me lembrou do arrastão de noventa e pouco onde a população carioca ficou horrorizada com a escalada da violência da época. A informação do caos no Rio foi irradiada para todo o Brasil e o Brasil ficou horrorizado.

Posso até estar sendo precipitado, mas este episódio está cheirando a maracutaia política do alcaide do Rio, o mesmo que teve o prédio metralhado (vulgarmente conhecido como Piranhão), o mesmo que adota o discurso de que a situação está uma vergonha e que estão perplexos. E, ao que parece, somente as escolas municipais que fecharam as portas, porém essa informação não tem respaldo visto que não consegui checar com exatidão.

Criar terror é fácil e nem é preciso muita gente. Basta saber que tipo de informação passar e a quem. E o terror é um ótimo cabo eleitoral, só espero que os veículos de comunicação não mordam tão facilmente a notícia ou que mostrem de vez a que(m) servem.

27 de set. de 2002

LULA e DÓLAR

O dólar sobe e os jornais dizem: Eleição faz dólar subir.

É a explicação mais simplória que existe. Quem escreve esses textos faz questão de não perguntar a qualquer entendido do assunto qual o real motivo desse aumento.

A de julho até pode ter sido por motivos eleitorais, mas esta última foi a briga de braço entre bancos e governo, pois este último retardara o pagamentos de títulos públicos comprados pelos bancos, os bancos, para não terem prejuízo, forçaram o aumento do dólar para ganhar o quê o governo não deseja pagar com a especulação da moeda americana.
Lula no Rio

Será a mais profunda no sistema político da AL, quiçá do mundo, a eleição de Luís Inácio Lula da Silva para a presidência do país. E, como não poderia deixar de ser, foi emocionante o seu discurso de despedida oficial da campanha no Rio.

Falou àqueles que o rejeitava no passado, falou às mulheres que se mostram reticentes em ceder-lhe o voto e, principalmente, falou ao seu eleitorado beleza em que significará sua eleição. A música Lula-lá foi cantada em alto e bom tom, dedicou um capítulo ao seu vice, que disse, antes de qualquer exigência, já se prontificara a apoiá-lo para a presidência.

Foi a noite do reencontro (meu ao menos) com o calor que uma eleição para presidente merece. Meus olhos e disposição se alteraram um pouco, mas o sentimento continua inalterado. Andando para a praia, escutava ao longe os gritos e os cantos e me perguntava se dessa vez ia. Confesso que me vi com os olhos mareando e, pasmo, percebia que a eleição deste brasileiro se torna mais palpável a cada dia.

Reencontrei a esperança de um país melhor, de poder olhar para o futuro e dizer que algo de diferente será tentado e, principalmente, que a eleição de Lula se dará sem a interferência de qualquer potência estrangeira. O Brasil dará a oportunidade de mostrar ao mundo de que um novo caminho pode ser tentado. A pouco li no Globo que os primeiros ambientalistas se formaram no cerne da sociedade brasileira no idos do século XIX, portanto um século antes de qualquer proposta ambiental vindo das 'mentes estrangeiras'.

Não possuo sentimentos xenófobos, mas creio que a saída da crise brasileira tem que ser dada por respostas locais, a ingerência externa deve ser diminuída ao mais alto grau. E a única coisa que gostaria de passar que quem considera o Lula ruim, são aqueles que costumam considerar o correto as normas aplicadas pelos mandantes do poder, no caso brasileiro atual o Consenso de Washington.

Mas, o FMI está se relendo, principalmente pelo que vem alardeando seu ex-diretor, Stiglitz. Hoje, o FMI já admite que as metas econômicas de seus afiliadas não devem ser postas sem ser analisada cada particularidade. E esse é o erro que o eleitorado brasileiro cometia, não analisava que é essencial a vitória do PT no contexto doméstico. Os partidos governistas estão entorpecidos pelo poder, suas capacidades de reformas são engessadas e o nosso sitema políticos estava se asfixiando novamente. Só não sei qual é a parcela de culpa que recai sobre os jornalistas, mas é grande. resta saber se os erros dos jornalistas se dá por ignorância ou má-fé.

24 de set. de 2002

Coincidências??!

Quando houve a tentativa de golpe na Venezuela (maior extração de petróleo na AL) os EUA rapidamente deram seu aval aos golpistas. Agora no caso Iraque, já querem apoiar o grupo dissidente iraquiano tendo em vista a produção de barris de petróleo desse país.

Engraçado, não? Washington procura ter em mãos todo o petróleo do mundo. Ou será paranóia minha.

PS: Bush é chamado de Texano Tóxico em círculos informais norte-americanos.
Novo Ibope

O Ibope, em sua mais recente aferição para a Rede Globo, revela Lula oscilando positivamente dois pontos e Serra oscilando negativamente um ponto. Com isso, demonstra-se que a última pesquisa havia desvirtuado um pouco o resultado, afinal as pesquisas entre os diferentes institutos estavam sendo coerentes entre si.

Mas, a grande novidade é Garotinho empatado tecnicamente com Serra.

Está melhor que filme de suspense

23 de set. de 2002

Serra e o caso Ricardo Sérgio

É sério. Todos falam que foi o PT que jogou pesado, mas alguém se lembra quando o ACM teve a conversa gravada por esse mesmo procurador? E, venhamos e convenhamos, gravar conversa do ACM, sem conhecimento prévio, é que nem tomar banho e não se molhar.

Pois bem, se alguém forneceu artilharia para o procurador deve ter sido o robusto cidadão dos dossiês.

20 de set. de 2002

Mudanças

Espero que tenham aprovado o novo layout.

Disponibilizo uma nova seção dedicada às canções revolucionárias deste mundo.

Vale a pena a musica de Che
PAZ & AMOR

Será que é coincidência a retomada do discurso agressivo do governo contra Lula com a nova subida do dólar?

Lula está mais que certo em se afirmar paz e amor, é justamente para separar o joio do trigo. Deixa o jogo sujo para os desesperados. Agora quando o desespero é de pais de famílias paupérrimas que não conseguem um naco de terra para ter o que plantar, o governo os classifica como degenerados do sistema, de invasores e baderneiros.

Ontem li [não me recordo se era no Globo ou Valor] que FH e parte do governo desejava, em julho, que Serra disparasse contra o Lula que este era o principal candidato. Serra bateu o pé e o que veio todos já conhecem.

Pois bem, o clima está mais que pesado. Serra exagerou de vez. Se Covas estivesse vivo, duvido que este senhor que deseja a presidência faria um quinto do que está fazendo. Ou não. O PSDB, desde a sua criação, é um partido estranho. Este sim deveria mostrar a diferença entre discurso e o que faz.

Na eleição de 1989, o PSDB, que hoje está vivo, optava por duas alternativas para o 2º turno: em cima do muro ou apoiar o Collor. Repito que quem bateu o pé para o apoio ao Lula foi o Covas. Esta corja de FH, Serra, Pimenta da Veiga deviam ver na campanha do PT algo contrário aos desígnios reais do PSDB. O grupo de Covas é que alertava que quem tinha que ser combatido era o outro.

É esse o PSDB que tem que ser mostrado, o PSDB real, com seu clero e nobres. Um PSDB que se julga além do bem e do mal, com um poder divino que não suporta erros. Que prefere dar pão e circo à população brasileira. O tucano foi um símbolo errado adotado por estes políticos dissidentes do PMDB, deveriam ter usado o abutre.

PS: a coluna do Wanderlei Santos no Valor está primorosa.
Dito & Feito

Bem que o PT poderia usar o slogan da campanha do Nizan e dizer que é dito e feito. Afinal, Benedita prometeu pegar o Elias Maluco e cumpriu.

O mais impressionante foi ver a reação dos policiais após a captura, estavam eufóricos. Estouraram fogos, conversavam sobre como foram apertando o cerco, beijavam a insígnia. Quando houve a captura dos dois irmãos que levavam comida para o fugitivo, só não prenderam o Elias porque ele fugira pelo telhado.

11 de set. de 2002

Escrevi este texto há exatamente um ano e logicamente é sobre o 11/9. Infelizmente, nada mudou desde então.

O DIA EM QUE O MUNDO PAROU
Estarrecedor o que aconteceu nos Estados Unidos neste 11 de setembro de 2001. Nunca, na vida real, imaginaría-se que aviões voltariam a bombardear a América do Norte. Foi um soco na boca do estômago de todos.

Dois dos maiores ícones daquele país foram atingidos, sendo um deles totalmente aniquilado. No Pentágono destrui-se a parte relacionada ao alto escalão do exército local, enquanto que o World Trade Center foi posto ao chão. Não se sabe o número de mortos e feridos, nem quando isso irá acabar. O quê se sabe que a espada da justiça norte-americana será levantada e que muito sangue, ainda, irá rolar.

Os talibãs foram apontados como autores dos atentados, mas negaram. Protetores do maior terrorista mundial ainda em atividade, segundo agências norte-americanas de espionagem, os talibãs fazem a leitura mais radical do alcorão (a Bíblia Muçulmana) e se situam na Afeganistão. Há pouco ficaram conhecidos no mundo por derrubarem patrimônios da humanidade, os Budas Gigantes. Essas cenas não podem se repetir.

Mas, para tanto, algumas leituras terão que ser feitas para se atingir aos objetivos pretendidos.

1. Os atentados aconteceram após a Conferência sobre o Racismo.

2. Após os EUA terem se retirado da Conferência sem nada assinar ou sequer ler.

3. A crise econômica é mundial.

4. A sociedade ocidental é injusta.

5. Existem outras sociedades, além da nossa.

6. Não existe um organismo internacional de controle social eficaz e autonomia suficiente.

Urge aos Estados Unidos, agora, parar e pensar. Seu controle econômico e geo-político não evita mais a guerra dentro do próprio lar. Fosse nas reuniões de cúpula do G-8, fosse neste atentado, a violência sempre esteve presente. Vou mais longe, em Gênova, Itália, houve morte. O mundo ocidental está em crise. E não adiantará a retaliação que virá. Porque a violência só gera a violência.

Na Irlanda crianças são apedrejadas por irem à escola num bairro em que não são queridas por sua religiosidade. A segregação religiosa é mais sentida que a social. Assim como na violência, quando a segregação se dá no campo econômico é pouco dimensionada. Principalmente nos meios de comunicação.

E isso é algo a se relevar.

Outro fator relevante é a força do FMI em comparação com a da ONU. Porquê essa diferença? Porquê quando o terrorismo se dá em ataques especulativos ao capital de um país não recebe todo o alarde que o terrorismo tradicional? Será o Capital tão importante que não pode nem se falar? E isso os EUA terão que pensar. Com isso o mundo pensará.

Porque se a retaliação ocorrer, contra quem será? Será contra um Estado Nacional? Sendo essa a resposta, porquê não considerar justo o revide vindo de um grupo de excluídos sociais ao Capital? Quando vemos um adulto machucar uma criança em público, o repreendemos. Se esse mesmo adulto for um empresário e sua empresa não tem um comportamento social adequado, nada fazemos. Pelo contrário, várias vezes são até parabenizadas. No sistema capitalista a exclusão da riqueza se dá numa forma brutal, física até e sempre injusta.

Os últimos tempos vêm mostrando um EUA cada vez mais arrogante, suas recusas nos tratados de Kioto e Durban mais recentemente, quanto a julgamento prévio ao atentado de Oaklahoma de 98, sua posição em relação às patentes de produtos médicos, sua posição em relação à OMC e à ONU. Por tudo isso que seria esse o tempo de refletir.

Será que não seria hora do brasileiro olhar para nossa guerra interna, para a imensa massa de excluídos que, quando acabar toda a capacidade de diálogo, não terá outra alternativa do que o terrorismo. O governo brasileiro possui a mesma arrogância que a norte-americana. Não escuta os berros que alardeiam o perigo que virá. Ao contrário, vira as costas, nega a sua existência, tal qual uma criança faria.

9 de set. de 2002

Perguntar não ofende

Se os EUA querem acabar com países que fabricam armas de destruição em massa e que alardeiam que usariam em seus inimigos pode começar a desmantelar o poder israelita, que detêm armas nucleares e que já disse que usará caso atacado e aos próprios americanos que espalham o terror pelo mundo.

Poorque não citar o eixo do Mal de 2002: EUA, Inglaterra e Israel.

Porrada neles.
O quê fazer?

Se um poicial exarceba seus deveres, o quê restará para ele?

Sanção, certo?

O caso desta loucura ianque é para ser analisada justamente por esta ótica, não que eles sejam os xerifes do mundo (apesar de se posicionarem deste jeito), mas que suas ações devem ser julgadas por esta ótica, e os países integrantes do Conselho da ONU devem se colocar em favor do Iraque, que mesmo não sendo das coisas mais agradáveis, terá seu direito atacado gratuitamente.
Argumentos estapafúrdios

O grande motivo norte-americano de que Saddam está se empenhando em fabricar armas de destruição em massa vem do fato de que um carregamento foi interceptado contendo equipamentos que poderiam ser usados para a fabricação de armas nucleares.

O pior é que se formos analisar que Israel iniciou o cerco a Arafat baseado nesta mesma denúncia, poderemos ver que se funcionou com um, haverá de funcionar com o outro. Não que o carregamento com as armas para a ALP tenha realmente existido, mas há uma estrnha coincidência.

Como se posicionará o mundo perante uma invasão ianque ao Iraque eu não sei. Mas, deveria ser semelhante à defesa do Kuwait.
Vendidos!!!!

A série de entrevistas com os candidatos ao Governo do Rio promovido pelos jornais O Dia e JB já tee a parimeira baixa: a isençã jornalística. Com a propriedade de quem é filho de uma das entrevistadoras (Hildete Pereira de Melo) posso afirmar que o quê saiu sobre as respostas da Rosinha Garotinho (candidata dos diminuitivos) foi totalmente editado. Sua desenvoltura para falar sobre o programa de governo acabava ao final de duas frases, não conseguia articular mais do que isso. Porém, os assessores e, pasmen, jornalistas ajudavam-a, soprando as respostas.

Há um medo de um segundo turno no Rio quando a máscara facial novinha de Rosângela (esse é o seu nome) cairá.

5 de set. de 2002

TSE TRANSFERE PARA 9 DE SETEMBRO SESSÃO PÚBLICA PARA ANÁLISE DOS PROGRAMAS DAS URNAS


Brasília, 04/09/02 - O Tribunal Superior Eleitoral transferiu de hoje para o próximo dia 9 a sessão pública para análise e lacre dos programas a serem utilizados nas eleições 2002, em função de ajustes operacionais realizados pelo Tribunal. O diretor-geral do TSE, Miguel Augusto Fonseca de Campos, comunicou aos 30 partidos registrados a mudança de data e informou, ainda, que permanece válido o credenciamento dos representantes de cada agremiação partidária.

Chupado daqui

Vamos ficar de olho pois esse voto eletrônico pode virar uma mamata, afinal se lembram do que aconteceu num computador em Brasília que fez até cair senador rolo compressor.
Arrocha Brasil

Este podia ser o mote de fim de governo.

Simplesmente, o governo MENTIU sobre o superávit primário. Não serão 3,75, mas sim 3,88.

O pior é que o Malan informou que todos os candidatos souberam disso após a reunião com FH.

Este é um governo mentiroso e a grande mídia vai tratar com superficialidade para não tirar votos do tucaninho que tenta alçar vôo.

Espero que Lula venha a público afirmar que Malan mentiu sobre afirmar que ele já sabia. Porquê se ele soube disso devia explicar à população sobre o engodo que estavão empurrando para nós.

A desculpa de Malan para aumentar o arrocho foi por causa do dólar. O que é uma mentira, visto que o dólar estava mais elevado quando fecharam o acordo. A verdade que nunca foi preciso ter uma explicação para o FMI aroochar em nós. E sem creminho...

Se Lula sabia, todos sabiam.

Como diria o funk: 'tá dominado, tá tudo dominado'

Esperarei os próximos capítulos.
Tempo de duração

Há muito que venho alardeando sobre a enxurrada de votos nulos e em brancos nestas eleições. São seis votos a serem computados, contabilizando que um cidadão comum leve, em média, trinta segundos por votos, o voto levará três minutos por eleitor.

São quatrocentos e pouco eleitores por zona, multiplicado este número pelo tempo médio de votação, chegaremos a um tempo maior do que o destinado à votação. As zonas abrem às 7h da manhã e encerram às 17h, totalizando 10 horas. Pelos meus cálculos esta eleição precisaria ter as zonas abertas por 21 horas.

Isso sem contar com a dificuldade de repetir as operações de voto, o que levará muitos eleitores a anular o seu pleito.
Perigos da despolitização

O Brasil perdeu a chance real de politizar a sua sociedade em 1989 quando a eleição para presidente foi decidida pela mídia e não por debates políticos.

Esta característica despolitizante é fruto da retórica econômica do sistema em que vivemos. E nada mais prejudicial quanto essa pouca atenção aos fatos políticos de nossa nação.

Porém, esta despolitização foi bem capitalizada pelo governo, que agindo conforme vontades imperialistas de outros países, pode alterar a nossa realidade. Os movimentos populares na era FH foram ridicularizados pela mídia e surrados pela polícia.

Perdeu-se aquele movimento democrático que toda a população participava e não tô falando simplesmente de abraçar a Lagoa. É de algo mais profundo. A partir do Plano Cruzado ficou uma mágoa, mas o brasileiro ainda tinha esperança em votar para presiente e alterar o curso da História. Toda uma geração queria demais aquele direito que havia sido usurpado pela ditadura.

O pacto social no Brasil nunca mais foi tentado e os desmandos, tanto do executivo quanto do legislativo, afastou as pessoas comuns da política. Porém, a crise energética mostrou um cidadão brasileiro coeso em torno dos deveres. Eles sabem que se dependesse da população o Brasil seria o país do presente, mas não sabem que são eles que colocam os po´liticos em seus lugares de mando.

O ser poítico tupiniquim foi privatizado e só iremos perceber a tragédia desta ação quando for tarde demais.

3 de set. de 2002

Fim da Liberdade

Pois é?

Não tinha falado?

Os coments que haviam no site do Piro Comes foram retirados do ar. Todos. Não há mais nem a opção de se postar.

Pois é?

Não tinha falado?

É só ler o que tinha escrito antes.

Democracia participativa no dos outros é uma beleza...

2 de set. de 2002

Internacional Socialista

É só clicar na figura

1 de set. de 2002

À Bombordo!
Não prego que devemos ser radicais com os EUA, mas creio que devemos ser donos de nossas próprias vontades, as privatizações estão sendo rediscutidas na Inglaterra cujo regime thatcherista foi precedente nas privatizações mundiais. Hoje eles (os ingleses) dizem que aprenderam que nem tudo é bom para a privatização. Os radicais do livre mercado são contrários a esse pensar porque abalaria um dos pilares do liberalismo: a ameaça de falência.

OK, então privatizemos serviços públicos que funcionam, para enfrentar uma concorrência desleal e que nenhum compromisso terá com aquela sociedade se a falência se pronunciar. Antes esperava-se até cinco anos por telefones, hoje se têm na hora, mas não se pode pagar pelo caro serviço.

Ainda há tempo para corrigir a rota e desviar do iceberg ao qual este titanic se dirige, somos um país grandioso, e no caso de adernar, não haverá botes para todos.
Um dia sombrio
Começa setembro e o quadro eleitoral continua indefinido. Serra alardeia que chegará ao segundo turno, Ciro diz que esse lugar é dele e o Lula continua invicto com seus trinta e pouco porcentos.

Sento no bar e encontro Boi, um esquerdista da velha guarda, ele se diz maravilhado com a perspectiva, clara, de vitória do PT. Suas razões partem do fato de que o segundo turno se dará com Lula e Ciro e que o governo apoiará o Lula. A explicação parte da leitura de que se o jornal O Globo está a bater tanto no Ciro é porque ele não é a peça a ser escolhida no segundo turno pelos poderosos do Brasil.

Seu pensamento é incompleto porque esquece o fato de que a disputa está sendo travada para saber quem chegará ao segundo turno contra o Lula. Quando começar esta etapa é que saberemos as reais intenções dos poderosos: se apoiarão o Grande Mal (apelido dado pelo Washington Times para o Lula) ou a Grande Incógnita, o Sr. Ciro Gomes, que ora alterna o poder entre os aliados, indo do PPS ao PFL e parando no PDT. Ainda creio que num segundo turno entre estes dois, o governo (PSDB) se porá num `em cima do muro` como no da eleição de 1989 e que, intimamente, favorecerá o Sr. Ciro e PFL a reboque.

Saio do bar preocupado e no caminho para casa vejo a coluna de Márcio Moreira Alves sobre os `perigos dessa vida`. Nele ele alerta para os delírios que a extrema-direita alimenta sobre o Lula: a de que sua ascensão desenharia uma grande conspiração internacional contra os EUA, com Estados Nacionais que patrocinam os terroristas e de regimes radicais.

Aquele texto me lembrou uma aula de `Teoria Política` onde o professor vomita para a turma que os regimes totalitaristas são terroristas, eu interpelei, perguntando se aquela não era uma declaração totalitária. Quase fui agredido pelos alunos, onde um mais exaltado respondeu que o regime bolchevique, o stalinismo, Fidel e Hitler eram todos totalitários e terroristas.

É essa a pérola do pensamento único, todos que não são nossos amigos, são inimigos. Ora, quer coisa mais totalitária que este tipo de pensar? Hoje vendemos às crianças e jovens que o capitalismo é o único regime que dá certo, que todos os outros naufragaram. Vendemos que esse regime dá certo, mesmo com 2/3 da população mundial sendo pobre. Que a distribuição da riqueza se dá de forma tão desigual a ponto de que menos de 10% dos homens deste mundo possuam mais de 70% das riquezas do globo terrestre.

Não se fala de que o valor do dinheiro hoje é muito mais depreciado, de que é um valor especulativo e que por ser especulativo tenderá a estourar, e a conta restará aos mais pobres, que com menos recursos não sobreviverão à escassez de recursos que virá. Primeiro cortam os supérfluos: roupas e eletrodomésticos, depois cortarão luz, telefone e por fim a comida. E lá se vai um país.

Enfim, chego em casa. Descansarei no meu sacro lugar. Fico à penumbra, a taxa é muito elevada. Toca o telefone, é Adriano, um sombrio governista. Vocifera aos meus ouvidos a situação de onde mora. Clima de guerra, a sociedade acuada e um governo fraco no Rio. E manda os petardos contra a Governadora. O engraçado que na época que era o Garotinho, a violência era a mesma, mesma não, pois agora acentuara-se por causa das eleições que se aproximam. Existe um componente do medo utilizado desde os arrastões, que repercute até hoje na `nata` da sociedade carioca que vêem na Benedita a expressão do que seria um governo do povo e influindo pesadamente no cenário eleitoral da dita cidade mais bela.

Tanto que O Globo explora isso como matéria e fala da `cidade proibida` que existe, de locais não mais acessados por ditos bons cidadãos devido a alta periculosidade destes logradouros. Mas, do jeito que é escrito, parece que essa violência por qual sofre o carioca é coisa de um tempo distante que pertenceu a um governo do povo e que parece querer voltar.

A verdade que diante do quadro político no Rio percebemos que os tempos serão sombrios, quase uma idade média. A plataforma que elegerá alguns dos representantes será a da violência para conter a própria violência, do medo generalizado sendo imposto de cima para baixo.

Desligo o telefone. E ainda são quatro da tarde, o quê mais falta?