27 de set. de 2002

Lula no Rio

Será a mais profunda no sistema político da AL, quiçá do mundo, a eleição de Luís Inácio Lula da Silva para a presidência do país. E, como não poderia deixar de ser, foi emocionante o seu discurso de despedida oficial da campanha no Rio.

Falou àqueles que o rejeitava no passado, falou às mulheres que se mostram reticentes em ceder-lhe o voto e, principalmente, falou ao seu eleitorado beleza em que significará sua eleição. A música Lula-lá foi cantada em alto e bom tom, dedicou um capítulo ao seu vice, que disse, antes de qualquer exigência, já se prontificara a apoiá-lo para a presidência.

Foi a noite do reencontro (meu ao menos) com o calor que uma eleição para presidente merece. Meus olhos e disposição se alteraram um pouco, mas o sentimento continua inalterado. Andando para a praia, escutava ao longe os gritos e os cantos e me perguntava se dessa vez ia. Confesso que me vi com os olhos mareando e, pasmo, percebia que a eleição deste brasileiro se torna mais palpável a cada dia.

Reencontrei a esperança de um país melhor, de poder olhar para o futuro e dizer que algo de diferente será tentado e, principalmente, que a eleição de Lula se dará sem a interferência de qualquer potência estrangeira. O Brasil dará a oportunidade de mostrar ao mundo de que um novo caminho pode ser tentado. A pouco li no Globo que os primeiros ambientalistas se formaram no cerne da sociedade brasileira no idos do século XIX, portanto um século antes de qualquer proposta ambiental vindo das 'mentes estrangeiras'.

Não possuo sentimentos xenófobos, mas creio que a saída da crise brasileira tem que ser dada por respostas locais, a ingerência externa deve ser diminuída ao mais alto grau. E a única coisa que gostaria de passar que quem considera o Lula ruim, são aqueles que costumam considerar o correto as normas aplicadas pelos mandantes do poder, no caso brasileiro atual o Consenso de Washington.

Mas, o FMI está se relendo, principalmente pelo que vem alardeando seu ex-diretor, Stiglitz. Hoje, o FMI já admite que as metas econômicas de seus afiliadas não devem ser postas sem ser analisada cada particularidade. E esse é o erro que o eleitorado brasileiro cometia, não analisava que é essencial a vitória do PT no contexto doméstico. Os partidos governistas estão entorpecidos pelo poder, suas capacidades de reformas são engessadas e o nosso sitema políticos estava se asfixiando novamente. Só não sei qual é a parcela de culpa que recai sobre os jornalistas, mas é grande. resta saber se os erros dos jornalistas se dá por ignorância ou má-fé.

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