4 de out. de 2007

O novo (velho) discurso

Voltam-se os canhões contra a proposta de contratação de mais servidores públicos federais. Com o título de "A ineficiência do setor público brasileiro", Everardo Maciel (Ex-Receita Federal) escreve e Noblat destaca em seu blog o grande erro de Lula, chamando o presidente de algo abaixo do rudimentar.

Com o velho discurso apontado para a classe média cita que as greves dos servidores provoca aumentos sem lógica, sem desempenho de qualidade, que oneram o estado, gerando impostos exorbitantes sem parâmetros com os outros emergentes, atravacando o sucesso brasileiro.

Eles devem pensar que se estivesse no governo o PSDB e com essa facilidade mundial, o Brasil já teria superado a França como potência. Seríamos uma Inglaterra!
Tentaram isso nos anos 90. E o que se mostrou? Que o mercado provoca aumentos sem lógica, manipulando os preços, agindo como cartel. E o Serviço Público para fiscalizar isso é inoperante. Por falta de pessoal e treinamento. O comércio repassa tudo o que pode dos impostos para o consumidor. O comércio escracha o serviço público.

O caso da Light do Rio de Janeiro, por exemplo, foi comprada por um grupo francês e americano por R$2,2 bi em 1996. O grupo entrou, fez a re-engenharia, terceirizou vários serviços, demitiu a malta. Os serviços pioraram, veio a crise cambial. O grupo se endivida com o BNDES (uma mãe nessa época). O americano abandona o francês sozinho em 2000. Quando finda a concessão em 2006, ele vende a Light para um grupo brasileiro. Abandona, assim como o consumidor ficou abandonado. Os serviços de energia são campeões em reclamação. Recentemente desligaram a luz até em casa de pessoas com serviço médico. (ela morreu)

As agências criadas para regulamentar este jogo de estado mínimo, foram feitas para atender ao comércio. A ANATEL citada no texto permitiu aumentos exorbitantes. Passaram a cobrar mais pelos pulsos, os nossos, e cobrança de assinatura. É o modelo brasileiro de capitalismo liberal. Os professores de Harvard e Oxford ficam satisfeitos, queriam fazer isso lá, mas um estado com o mínimo de sentimento de cidadania não deixa.

A questão brasileira tem que passar por esse processo, qualificar o estado com treinamento, tratar todos de forma universal, para então sentarmos em uma praça, sem medo de sofrer algum ato violento. Um melhor serviço público presente e atuante em todas as partes do Brasil é a melhor resposta para apaziguarmos este país. Em todos os setores. Isso onera? Sempre. A questão é: quer pagar quanto?

E pelo quê?

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