LASERRA
José Serra tudo tentou para ser presidente do Brasil. Tentou em 98, época em que a oposição lhe seria favorável. Mas, o conluio em torno de FH não permitiu. Pensou que em 2002 seria o ano dele. Afinal, encurtaram o tempo de propaganda eleitoral, e por consequência o próprio pleito, e ainda teria o Ministério da Saúde para alavancar-se: a prioridade da população brasileira não era mais a economia, mas sim a saúde, segundo a lógica de alguns tucanos.
Pois bem, a inflação voltou, o cenário mundial é catastrófico e imperialismo americano vai aas raias da loucura. Neste cenário, infelizmente, é que surgiu a estrela redentora do PT. Diante de tanto ostracismo governamental, o povo viu no PT uma saída reluzente, um novo caminho. As vitórias de 2002, diria uns, só foram possível diante da fragmentação da elite, a mesma elite que permitiu a reeleição de FH e não quis a eleição de Serra. Em parte, diria eu.
Serra, neste último discurso, em que alardeavam ser o divisor de águas destas eleições, mostrou-se o candidato da direita, tentando personificar Carlos Lacerda, mas sem a eloquência. No máximo utilizou três vezes a primeira pessoa do plural, de resto só seria no singular. Ele realmente direcionou seu discurso aos conservadores, tentando, meio que toscamente, atingir também os grotões onde FH sempre desfilou como um rei. Seu discurso foi fraco, foi udenista, tefepeniano, foi um discurso até estranho para a celeuma que foi criada sobre. Penso que falaria outra coisa, mas que foi desaconselhado.
De repente, a reunião de Lula com o PIB nacional tenha desmantelado a articulação que Nizan/Serra procuravam para a desgovernabilidade. De repente o contra golpe foi dado antes do golpe. São muitas conjecturas e a situação está meio nebulosa. A briga é além da presidência, estados fortes também estão em pedengas eleitorais e não querem que o PT fique com mais controle. Podem sacrificar a sujeira do Serra, não por grandeza de ato, mas para impedir que este método sacramentasse a vitória contudente do PT em SP, RS e demais estados em que disputa.
Serra manchou sua biografia e vai pro rol dos que venderam sua alma. Incorporou o monstro da noite e vai para as paragens escuras da vida política. Pena, sua professora de economia ficou muito triste e não é bonito ver nossos mestres chorosos com nossos atos.
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