Quanta besteira se diz no futebol
Uma das grandes revolta na mídia esportiva é referente à convocação última de Carlos Alberto Parreira da seleção brasileira de futebol. Quanta besteira se diz sobre o assunto, principalmente a resposta que tanto pedem jornalistas, paulistas em geral, sobre a razão da exclusão do goleiro Carlos, do Palmeiras, desta lista.
A primeira besteira é comparar as escalações. Quem tirou Marcos da seleção não foi Júlio César (Flamengo) ou Fábio (Vasco), foi o Dida. E quem respondeu esta pergunta foi o próprio treinador, ao dizer que preferia experimentar alguns jogadores e que o goleiro Marcos não precisava dessa observação, digamos, mais detalhada. Assim como o Dida! Que não é nenhum garotinho. [Sendo carioca, até dou graças a deus por ele não ser garotinho]. Então, quem tirou o Marcos foi o Dida, afinal este é o seu concorrente direto.
A segunda besteira decorre de se negar o óbvio da primeira, e despenderem quase uma semana sem entender, e, pelo visto, neste dilema ficarão: de que o Dida é um grande goleiro, conquistou um título importantíssimo na Europa recentemente e, por tudo isso, está em melhor fase do que o Marcos e como goleiro principal ficará.
A terceira besteira é não querer ver que o Marcos não anda merecendo a seleção. Teve aquela mazela, bronquite eu acho, mal explicada. Está, como diria no Rio, numa sinistra. Ou seja, passando por um mal momento e o Parreira não quer levar o principal goleiro como reserva. Deste jeito, o treinador leva um goleiro experiente e dois novatos à uma competição oficial entre seleções, o que não é pouca coisa não, e será uma ótima experiência à esses dois garotos.
A quarta besteira é não entender que o padrão da convocação do Parreira foi totalmente coerente. Foram oito novas faces no time dele, quatro vieram do corte de titulares por problemas médicos, mas, mesmo assim, foram oito novatos em seleção brasileira.
Mas aí, prefere-se pensar que Marcos não foi convocado sem explicação, de dizer que ele é melhor do que os outro dois goleiros convocados para a reserva, e, portanto, merecia a vaga. E nesse devaneio, insinuam de que a não-convocação deveu-se a intrigas pequenas: a de que Zagalo vetara o veterano goleiro por não gostar da história mal contada da doença. Afinal, reza a lenda que Zagalo não convoca ninguém que ele não merecer a amarelinha. Só que esquecem o fato de que quem convoca é o Parreira. E este é um quinto erro.
Nossa mídia adora polemizar, venera o sensacionalismo. Mesmo aqueles que se cobrem com o véu da verdade, atrás de palavras legais e sacerdotais, se mostrando acima do bem e do mal, cujos comentários ganham o status de inabaláveis, tendo a palavra como verdade absoluta, mesmo que se negando, polemizam. Este é um erro grave que sempre leva à besteira.
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