12 de ago. de 2002

Nélson 90 anos

Ante a ignomínia desta época onde não se há tempo para mais nada, direi a todos: o Fluminense é atemporal. Não há passado, presente ou futuro para o Fluminense.

Podem estribuchar e falar à vontade, mas nenhum clube deste vasto mundo pode saber o real significado da glória, pois essa é uma qualidade dos predestinados, o saber.

A unanimidade é burra, por isso não escrevo para os incrédulos. A estes desejo apenas a redenção no juízo final. Ao fiéis súditos do escrete tricolor é que me dirijo. Para aqueles que compreendem a total dimensão deste universo, pois estiveram presentes em sua criação. Se o som se propagasse no vácuo, a explosão formadora de toda a vida no cosmo ecoaria 'nense'.

Ontem, não foi diferente. Todos os tricolores estavam presentes no grande palco do futebol. Sua presença era sentida em todas as dimensões e direções. Todas as idades, numa rara harmonia, preconizavam o reaparecimento da fênix tricolor. Os moribundos saíram de seus leitos, os mortos de suas covas, os deuses sentaram-se na abóbada celeste para presenciar mais uma vitória.

A vitória foi contra o azul mineiro do Cruzeiro. Um clube que traz a marca dos céus só podia ser derrotado pelo detentor da criação. Não importa se de um lado estava a cor do manto de Nossa Senhora, porque do outro lado estavam as forças de surgimento do universo.

E o feliz arauto da redenção tricolor foi justamente aquele que mais o rejeitou. Não importa o tempo que tenha levado, pois aos tricolores o tempo é efêmero. O que importa é a redenção.

Romário levou muito tempo para aprender que seu destino estava ligado ao Fluminense. Hoje seu caminho aos píncaros está traçado, ascenderá numa bola reluzente e dourada como é o seu futebol. Elevará como fênix e comandará dos céus todas as vitórias do seu escrete. Romário é um craque sem fim, assim como o Fluminense.

Saudações tricolores e abraços à Nélson.

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