27 de jan. de 2003

A ética necessária

Em reportagem neste sábado ao Globo, um magistrado defendendo a exclusão destes do regime único de previdência fez a defesa baseado em que seria melhor à sociedade de que os magistrados continuassem com seu regime especial devido ao caráter, digamos excepcional, do trabalho por eles praticado.

Ora, todos sabemos das dificuldades dos policias militares e civis de viverem digna e eticamente com o parvo salário recebido. Os magistrados já recebem num patamar acima da maioria e se negam a aproximar-se dos que estão abaixo, como se o regime especial a eles garantiria a licitude do jurídico.

Se colocam acima do bem e do mal. E pior, mostram que o uso da ética será de acordo com o salário ou regime previdenciário a ser recebido. Se não for satisfatório, mostrará que esses magistrados poderão não mais possuir a integridade moral e ética para julgar. Cientes de que não recebem um salário adequado, poderão fabricar sentenças conforme seus bel prazeres.

Isso é tentativa de extorsão mediante fraude. Fraude porque os magistrados já recorrem à caixa dois, vide o MP do Rio de Janeiro e habeas corpus de Pinheiro Landim. Tentativa de extorsão por forçar uma posição em cima de retaliação. O governo têm que enquadrar esta quadrilha do judiciário. E vai ser muito mais difícil do que apanhar a quadrilha de fiscais do Rio.

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